15.7.13

Valvopatias por sobrecarga de volume


Insuficiencia Aórtica
O VE ejeta o sangue para cima em direçao a aorta, sendo necessario uma boa abertura da válvula aortica para uma ejeçao eficaz. Ao ejetar esse sangue a valvula aortica se fecha completamente, caso contrário uma parte daquele sangue que foi ejetado para a aorta, volta para dentro do VE, deixando o VE com um volume residual excessivo porque o mesmo recebe o volume habitual e na diastole o sangue ejetado reflui para seu interior por haver uma falha no fechamento da valvula aortica.

Insuficiencia Aortica Compensada
O VE se protege dessa grande quantidade de sangue, porque o VE com o tempo lança mao de mecanismos adaptativos para tolerar esse grande volume: VE aumenta sua complacencia (mais elastico) para acomodar um grande volume de sangue sem aumentar sua pressao intracavitaria de maneira significativa e tambem o mecanismo de Frank-Starling - Sistole mais eficiente ao aumentar a força de contraçao. A hispertofia ventricular é outro mecanismo compensatorio, coexistindo com o raio da cavidade ventricular aumentada (Hipertrofia Ventricular Excentrica).
  • Aumento da complacencia do VE.
  • Aumento da pré-carga (débito sistólico).
  • HVE excentrica.
Insuficiencia Aortica Descompensada
Cronicamente começa haver degeneraçao das fibras miocardicas do VE, diminuindo sua performance, entrando em IC sistolica e isquemia miocardica (bradicardia-dependente).

Etiologia
Doença da valva aortica - Cardiopatia Reumatica Cronica, Espondilite anquilosante, degeneraçao mixomatosa.
Dilataçao da Aorta - impede fechamento adequado dos folhetos aorticos. Aterosclerose, aortite sifilitica, necrose cistica da media, arterite de Takayasu.

História Clinica
Fase Compensada - Percepçao dos batimentos cardiacos, percepçao de pulsaçoes fortes durante a noite por degeneraçao das fibras sobrecarregadas de volume.
Fase descompensada - Dispnéia e Ortopnéia, angina noturna (bradicardia-dependente).

Sinais periféricos de IA Grave
*Pulso em martelo dágua - Ascençao rapida e colpaso abrupto (melhor sentido na arteria radial)
*Pulso Bisferiens - Pulso com 2 picos de ascençao.
*Sinal de Quincke - pulsaçao do leito capilar sub-ungueal.
*Sinal de Musset - movimento pendular da cabeça.
*Sinal de Muller - movimento da úvula
*Sinal de Traube (pistol shot) - Ruido sisto-diastolico na arteria femoral.
*Sinal de Duroziez - sopro sisto-diastolico ao comprimir a femoral em sua porcao distal.

Exame Físico
Ausculta - Se ausculta melhor no Foco aórtico (borda external direita alta) um Sopro Holodiastolico aspirativo. Sopro sistolico secundario ao aumento de volume. Sopro de Austin-Flint (volume de sangue aumentado que regurgita e bate na valvula mitral). Se ausculta B3 sem significar disfunçao do VE.

Exames Complementários
ECG - Sobrecarga Sistolica de Cadera - sobrecarga de volume.
V4 e V5 - Ondas R aumentadas, onda T simetrica apiculada com polaridade normal (+).
V1 e V2 - onda S profunda.
ECO - determina etiologia e avalia o jato regurgitante.

Tratamento Clinico
Pacientes Sintomaticos - IECA ou nifedipima retard + diureticos (sinais de IC sistolica). Nivel ideal de PAsist menores a 140 mmHg.

Tratamento Cirúrgico
Pacientes Sintomaticos com IA grave
Pacientes Assintomaticos com IA grave e FE menor a 50%
Pacientes submetidos a revascularizaçao coronariana com IA grave assintomatica.

Insuficiencia Mitral
Valvula Mitral durante a diástole, se abre (entre B2 e B1), permite a passagem de sangue do AE para o VE.
Na IM durante a sistole (entre B1 e B2), o VE vai ejetar sangue pra aorta e para que isso aconteça a VM deve estar fechada para impedir que passe sangue do VE pro AE. Na IM a valvula nao fecha adequadamente e na hora do VE ejetar, ejeta para dentro da aorta e dentro do AE.
Na diastole, o sangue vai do atrio para o ventriculo mas o ventriculo vai receber muito sangue (sangue que vem do atrio  mais o que ele mandou pro atrio e regurgita).

Fase Compensada
*Aumento da complascencia do AE e VE
*Aumento da Pré-Carga ventricular
*HVE excentrica
*FE maior a 70%

Fase Descompensada
*Dispneia e Ortopneia
*Assintomaticos com FE menor a 60%.
Acompanhar com ECO seriado.

Etiologia
Degeneraçao Mixomatosa (Prolapso Mitral) - Causa mais comum - cordoalha tendinea muito longa, projetando o aparato valvar para cima.
Cardiopatia Reumatica Cronica
Sequela de IAM anterior.

Historia Clinica
Assintomatico por anos, logo sinais de congestao pulmonar.

Exame Fisico
Ausculta - Sopro Holossistolico no foco mitral e tricuspide, irradiado para axila e ponta inferior da escapula.
Click Mesossistolico - Prolapso Mitral
Presenca de B3

Exames complementares
ECG - Achados de crecimento de atrio esquerdo e disfunçao sistolica.
ECO - Doppler - identifica e classifica a etiologia e avalia periodicamente funçao ventricular com a FE e volume sistolico final do VE.

Tratamento Medicamentoso
Somente em pacientes sintomaticos - IECA + Bbloq + diuréticos + digitais + Anticoagulçao em FA

Tratamento cirurgico
Assintomaticos com FE maior a 60% e/ou VEs menor a 4 cm (FA ou HTP) ou
Assintomaticos com FE menor a 60% com VEs maior a 4 cm.
*Valvoplastia Mitral com anel de Carpentler.


Nenhum comentário: