Visto como sintoma secundário a outro transtorno por muitos anos, mas, recentemente foi considerada como transtorno em si quando dura mais a 3 meses e quando apresenta sintomas noturno e diurnos.
Classificação Internacional do Transtornos de Sono (ICSD - terceira edição)
- Dificuldade persistente para início, duração, consolidação ou qualidade do sono
- Adequada oportunidade e circunstância para adormecer
- Prejuízo diurno
- Parte do evento estressor
- Perpetua-se através de mau condicionamento
- Fundamenta-se em associações negativas acerca do sono
- "sintoma" - "transtorno"
Insonia
- Distúrbio de sono mais comum
- Prevalência mundial de 3,9 a 22,1%
- Media de 3 anos
- Remissão de apenas 56% em 10 anos
- Mulher > Homem
- Mais diagnosticada em idosos
- Maior prevalência em menor estado socioeconômico, desempregados, aposentados, perda de cônjuge.
Critérios Diagnósticos DSM-V
- Insatisfação com qualidade do sono
- Dificuldade de iniciar o sono;
- Dificuldade de manter o sono;
- Despertar precoce.
- Comprometimento funcional
- Maior ou igual a 3 noites na semana
- Maior ou igual a 3 meses
- Adequada oportunidade para dormir
- Não explicada por outro transtorno do sono, nem por efeitos de substâncias, nem outro transtorno mental ou condição médica.
Sinais e sintomas
- Quadro clinico variável (altera bastante de uma pessoa para outra);
- Sintomas diurnos e noturnos;
- Componente psicofisiológico da insônia;
- Ruminação de pensamentos;
- Excessiva preocupação com sono e repercussões de noite ruim;
- Ansiedade e níveis excessivos de alerta somático e cognitivo - insônia paradoxal.
- Sintomas diurnos:
- Fadiga
- Irritabilidade
- Dificuldade na concentração
- Déficit de atenção
- Humor deprimido
- Cefaleia
- Distúrbios gastrointestinais
Classificação fenotípica
- Período
- Inicial
- Manutenção
- Despertar precoce
- Curso
- Aguda
- Recorrente
- Crônica
- Tempo
- Sono curto
- Sono normal
Diagnóstico
- Historia Clinica
- Caracterização
- Horários - sono vigília e atividades antes do sono
- Atividades e funcionamento diurno
- Comorbidades
- Sintomas noturnos
- Diário de sono
- Índice de gravidade de insonia
- Exames
- Actigrafia
- Polissonografia
Tratamento Farmacológico
- Avaliar TCC-1
- Insonia com tempo total de sono curto (<6 horas)
- Comorbidades clínicas e psiquiátricas
- Efeito placebo pode atingir até 2/3 dos resultados.
Bases neurofisiológicas
- Antagonismo histaminérgico
- Antagonismo serotoninérgico
- Antagonismo noradrenérgico
- Antagonismo colinérgico
- Agonismo gabaérgico
- Agonismo melatoninérgico
Princípios do Tratamento Farmacológico
- Escolha do fármaco individualizada
- Objetivos do tratamento
- Comorbidades
- Resposta prévia
- Verificar disponibilidade
- Segurança da prescrição
- Preferência do paciente
- Custos
- Avaliação clínica cuidadosa
- Preferência para fármacos com menor efeito sedativo, baixo potencial de dependência e menos efeitos sedativos
- Ajuste de dose conforme gênero e idade
- Manutenção da higiene do sono
- Uso off-lable de medicamentos.
Classes Farmacológicas
- Antidepressivos sedativos - redução na latência do sono, aumentam eficiência do sono, melhora de sintomas depressivos.
- Trazodona - 25 a 100mg - 30 minutos antes de deitar, meia-vida (3 - 6 horas), menor risco de sonolência diurna. Efeitos adversos mais comuns: sedação, tontura, náuseas, vômitos, cefaleia, ganho de peso não relevante, possível aumento de libido.
- Tricíclicos - Amitriptilina e Doxepina. Meia-vida longa (12 - 24 horas). Efeitos adversos mais comuns: sonolência, sedação, xerostomia, hipotensão, inchaço, aumento de apetite, ganho de peso.
- Mirtazapina - 15 a 45mg (doses menores são mais sedativas) - Meia-vida longa (20-40 horas). Efeitos adversos mais comuns: boca seca, constipação, hipotensão, arritmias, ganho de peso.
- Agonistas seletivos de receptores benzodiazepínicos (ASRBz)
- Zolpidem - ingerir ao deitar. Potencial de abuso de dependência. 5 a 10mg (liberação imediata), meia-vida = 0,5 a 3,5 horas. 6,25 - 12,5mg (liberação controlada), meia-vida maior a 3 horas. Efeitos adversos comuns: sonolência, cefaleia, distúrbios gastrointestinais, sonambulismo, pesadelos, confusão mental
- Outros: zopiclona e eszopiclona.
- Benzodiazepínicos - Não recomendado no tratamento da insônia em consensos internacionais. 2 a 21% população crônica. Apresenta risco de dependência e abstinência, meia-vida variável. Clonazepam, Diazepam, Lorazepam, Clobazam, Alprazolam, Midazolam.
- Antipsicóticos - Quetiapina e Olanzapina em doses mais baixas. Tratamento de insônia com comorbidade psiquiátrica. Apresenta risco de efeitos colaterais (metabólicos principalmente).
- Agonista melatoninérgico e melatonina
- Agomelatina (25 - 50mg), eficaz em pacientes com depressão, efeitos colaterais mais comuns: náusea e tonteiras.
- Melatonina - Diminuição do tempo de latência para início do sono, mas não do tempo total.
- Antiepiléticos - Efeito hipnótico e ansiolítico. Pregabalina e gabapentina.
- Anti-histamínico - Efeito sedativo, fácil acesso. Prometazina, hidroxizina, difenidramina.
- Fitoterápicos
- Valeriana - efeito sedativo, bem tolerada, sem evidencia conclusiva.
- Passiflora - segurança no uso, necessita de mais estudos.
Tratamento não farmacológico
3 P's
- Fatores predisponentes
- Fatores perpetuadores
- Fatores precipitantes
Diário de sono, higiene do sono, controle de estímulos, restrição de cama e de sono, técnicas de relaxamento, técnicas cognitivas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário