Rotura espontanea de membranas amnioticas após a 20 semana de gravidez e antes do inicio do trabalho de parto.
- Menor a 20 semanas - Abortamento inevitável
- 20 a 37 semanas - Prematura
Incidencia
10% de todas as gestações, destas 80% a termo.
Etiologia
Diminuição do colágeno no corion, diminuição do fosfatidilinositol nas membranas e infecção (35%).
Fatores de Risco
Trabalho de parto pré-termo, tabagismo, sangramento genital, incompetência cervical, vaginose bacteriana, útero distendido, procedimentos invasivos, deficiencias nutricionais e doenças maternas como: deficiência de alfa-1-antitripsina, drepanocitose, síndrome de Ehler-Danlos (defeito na síntese do colágeno).
Diagnóstico
Anamnese - 90% - perda em grande quantidade de líquido claro, presença do vérnix.
Métodos laboratoriais - cristalização do muco cervical, determinação do pH vaginal (6,0 a 8,1), detecção da microglobulina do tipo alfa 1 (PAMG-1).
*PAMG-1 - proteína expressa por células da parte decidual da placenta nao comum em secreções vaginais.
Ultrassonografia - Confirmar idade gestacional, estimar o peso fetal e volume do líquido amniotico (oligodrâmnio é indicativo de RPM - Menor a 5 indica mau prognóstico).
Conduta
Intervencionista - indução do parto
Conservadora - início espontâneo do parto
Variam segundo a idade gestacional, condições maternas e experiência do obstetra.
Gestações a termo
Maior a 37 SG - indução de parto com ocitocina
34 a 36 SG - prolongar a gestação aumenta risco de corioamnionite e de sepse neonatal.
24 a 34 SG - conduta conservadora melhora a sobrevida neonatal em 3%, mas aumenta o risco das taxas de ifnecção. Manter até 34 semanas solicitando PCR, hemograma e urocultura. BCP maior a 160 indicativo de infecção intra-amniotica.
Obs. Contraindica conduta conservadora: infecção materna ou fetal, deslocamento prematuro de placenta e óbito fetal.
Conduta Conservadora
Condições: internação da mãe realizando curva térmica. Temperatura maior a 37,8 + taquicardia materna ou fetal indica infecção sendo indicado interrupção da gestação.
Repetir PCR e hemograma a cada 3 dias.
Avaliação fetal - realizar diariamente a carditocografia e US a cada 3 dias para PBF (35 a 80%) e medida da ILA.
Menores de 24 SG
Discutir com a família a possibilidade de indução de parto pelo elevado risco de infecção materna e morte neonatal.
- 57% - trabalho de parto em 1 semana
- 22% - grávidas por mais 1 mês
- 9,7% - parada espontânea da perda de liquido
Menores de 23 SG
Sobrevivência neonatal - 17%
Prevenção da infecção neonatal pelo Streptococcus do grupo B
Rastreamento entre 35 e 37 semanas:
- Se positivo - tratamento durante trabalho de parto
- Se desconhecido - tratar se amniorrexe prolongar mais de 18 horas, trabalho de parto pré-termo, febre, bacteriúria ou antecedentes de SGB.
Obs. Tratar com penicilina cristalina 5.000.000 UI EV + 2.000.000 EV a cada 4 horas até o parto.
Se optar por conduta conservadora, colher cultura e se positiva, iniciar tratamento quando entrar em trabalho de parto. Se negativo, tratar se período de latência for superior a 4 semanas.
Uso de Antibióticos
Diminui a morbidade neonatal e o risco de corioamnionite, embora a mortalidade materna nao seja alterada.
Drogas com melhores resultados:
- Ampicilina 2g EV cada 6 horas
- Estearato de Eritromicina 250mg cada 6 horas.
Seguidas por:
- Amoxicilina 500mg cada 8 horas +
- Estearato de eritromicina 333mg VO cada 8 horas por 5 dias.
Obs. Em lugar do estearato de eritromicina uma alternativa é a Azitromicina 1g VO 1 vez ao dia por 3 dias.
Uso de Corticóides
Entre a 24 e 34 SG com ausência de infecção materna e fetal, o uso de corticóides reduz a morbilidade e mortalidade neonatal.
- Betametasona 12mg IM - 2 doses em 24 horas ou
- Dexametasona 6mg IM a cada 12 horas - 4 doses.
Reduz a mortalidade neonatal, hemorragia intraventricular e o risco de enterocolite necrotizante.
Uso de Tocolíticos
Não há evidencias que o uso de tocolíticos prolonguem a gestação, não aumentam o periodo de latencia nem altera a morbidade ou moratalidade neonatal.
Aminoinfusão
24 a 34 SG - aumenta o período de latência, mas não há diferença quanto a morte neonatal por hipoplasia pulmonar. Realizada semanalmente há melhoras em relação a mortalidade neonatal. Se realizada intraparto não apresenta benefícios.
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