Fisiologia Menstrual
Eixo Hipotálamo - Hipófise - liberação de
gonadrotofinas de maneira pulsátil, respeitando pulsos de GnRH.
FSH - Fase folicular inicial -
desenvolvimento de oocitos.
LH - Pico desencadeia ovulação
Estradiol sobe junto com o FSH quando o folículo
se desenvolve (transformação na camada granulosa por androgênios vindos da TECA
- que absorve colesterol da circulação, se transforma e produz androstenediona
e estrona) que são difundidos para esta camada estimulados pela aromatase e
produz os estrogênios dos quais o principal é o estradiol que começa a ser
produzido em maior quantidade e sobe na circulação periférica quando este
atinge um pico (36 horas antes da ovulação). Esse pico de estradiol leva a um
feedback positivo na hipófise, liberando assim o pico de LH, sendo este o
principal fenômeno da ovulação, promovendo a maturação do óvulo para que seja
liberado após a rotura do folículo por liberação
de enzimas que lisam sua parede. O ovulo expulso do folículo migra até a trompa
para que seja capturado, transformando-se em corpo lúteo, o qual produz
progesterona e estrogênio.
Endométrio
Fase proliferativa - logo depois da descamação na
menstruação, começa a proliferar o número de celulas endometriais as custas do
aumento do estradiol.
Fase secretora - Depois do pico de LH existe uma
alteração onde essas células ficam ricas em glicogênio com uma maior atividade
secretora.
Qual o melhor método?
1.
Disponibilidade
2.
Custo
3.
Eficácia
4.
Riscos
para a saúde
5.
Gestação
não planejada
6.
Envolvimento
do casal
Métodos Disponíveis
·
Métodos
Comportamentais - impacto direto no dia a dia da atividade do casal (coito
interrompido)
·
Métodos
de Barreira - Camisinha, diafragma.
·
Métodos
hormonais orais - pílulas anticoncepcionais
·
Métodos
hormonais não orais - injetável, anel vaginal, adesivos, implante subcutâneo
·
DIU
·
Contracepção
de emergência
·
Métodos
definitivos ou cirúrgicos - laqueadura tubária, vasectomia.
Critérios de
Elegibilidade
Categoria 1 - Condição para a qual não há
restrição ao uso do método contraceptivo. Utilizar em quaisquer circunstâncias.
Categoria 2 - vantagens do método superam os
riscos. Utilizar de modo geral.
Categoria 3 - Riscos comprovados ou teóricos
geralmente superam as vantagens do método. Não recomendar o método a menos que
seja o único disponível.
Categoria 4 - Representa risco de saúde
inaceitável caso seja utilizado. Não utilizar o método.
Descrição dos Métodos
Métodos
Comportamentais
Abstinência sexual
Calendário (tabelinha) - abstinência sexual periódica,
durante período fértil. Condições:
·
Ter
ciclos menstruais regulares (25 a 35 dias)
·
Anotar
6 ciclos
·
Ciclo
mais longo em dias. Ex: 32
·
Clico
mais curto em dias. Ex: 28
·
Utilizar
a regra: Ciclo mais longo subtrai 11 e ciclo mais curto subtrai 18. Ex: 32 - 11 = 21, 28 - 18 = 10. Dias férteis: Décimo ao Vigésimo primeiro.
Coito interrompido - Tira a espontaneidade da relação sexual,
chance de problemas de disfunção sexual.
Temperatura basal - Efeito termogênico da progesterona no
hipotálamo quando ocorre o pico do LH. Tomar temperatura oral ou vaginal pela
manhã (subida de 0,5 graus). Eficaz para facilitar concepção.
Ducha vaginal pós-coito - teoricamente diminui a
possibilidade da gestação, pode dar um efeito reverso.
Amamentação + Amenorreia - 6 semanas pós-parto (45 dias de
puerpério), não há ovulação. Prolactina leva à anovulação pelo
hiperprolactinemia no puerpério desde quando amamentação exclusiva.
Métodos de Barreira
Diafragma - concha no colo do útero que para ser eficaz
deve estar absolutamente justa ao colo. Colocar 1 hora da relação e retirar 6
horas depois.
Camisinha - Grande vantagem deste método é a proteção
contra DST menos contra o HPV que pode chegar a ser transmitido mesmo com o uso
da camisinha.
Espermicida - Gel colocado sobre uma esponja.
Métodos Hormonais
Orais
Pílula de Progesterona - normalmente uso contínuo.
Indicado na amamentação e pacientes com risco tromboembólicos. Pode induzir amenorreia
por ter dupla ação: espessamento do muco cervical e atrofia endometrial,
impedindo que haja a fase proliferativa.
Pílulas combinadas - Estrogênio + Progesterona. Monofásicas -
todos comprimidos tem a mesma dose em todo o ciclo. Composição:
Etinil-Estradiol sintético. Quanto mais estrogênio, mais propensão a riscos
tromboembólicos, doenças mamárias. Bifásicas - aumento da dose conforme o dia
do ciclo. Indicado a pacientes que não toleram a mesma dose em todo o ciclo e
com histórico de spotting e diminuição da libido.
Métodos hormonais não
orais
Não sobrecarrega o fígado porque é metabolizado
uma única vez.
Usado em pacientes com intolerância gástrica à
alimentação e em casos de pacientes que esquecem de tomar as pílulas
diariamente. Tem a duração de 3 anos.
Hormônios injetáveis
Uso mensal - Progesterona
Trimestral - acetato de metoxiprogesterona.
Funcionam como hormônios de depósito.
Pets - Adesivos usados por 3 semanas com descanso
de 1 semana.
Implante - Progesterona liberada em micro-doses durante
3 anos. funciona como indutor de amenorreia.
Dispositivo
Intra-Uterino
DIU de cobre - libera cobre no útero o que diminui a mobilidade
dos espermatozoides, mas causam dismenorréia e aumentam o sangramento
menstrual.
Localização correta: deve estar localizado
acima do colo do útero.
Pode ocorrer fecundação com grande risco de
abortamento.
Contraindicações: favorece surgimento de DIP em
pacientes com múltiplos parceiros sexuais e que apresentam maiores riscos para ascensão
de germens.
DIU de progesterona (Mirena) - Liberação de
progesterona local. Associa efeito mecânico do DIU com atrofia endometrial e o
espessamento do muco cervical. Não bloqueia a ovulação.
Contracepção de Emergência
Método de Yuzpe com progesterona - Postinor-2,
Levonorgestrel. Pode causar disovulia - retardo na ovulação.
Métodos definitivos ou
cirúrgicos
Laqueadura Tubária
Indicações (legislação brasileira):
·
Prole
Constituída (mínimo 2 filhos) e/ou maiores de 25 anos.
·
Capacidade
civil plena
·
Não
se faz no ato do parto (tempo mínimo de 6 meses). Na prática se realiza na
cesárea do terceiro filho.
Eficácia x Falha dos métodos
|
Uso típico (Rotineiro) % de falha
|
Uso Correto (descrito) % de falha
|
Sempre Muito Eficazes
|
|
|
Implantes
|
0,1
|
0,1
|
Vasectomia
|
0,15
|
0,1
|
DIU - LNG
|
0,2
|
0,1
|
Injetáveis
|
0,3
|
0,3
|
Injetáveis mensais
|
0,4
|
0,1
|
Esterilização
feminina
|
0,5
|
0,5
|
DIU - Cobre
|
0,8
|
0,6
|
|
|
|
Eficazes
|
|
|
LAM (lactação - 6
meses)
|
2
|
0,5
|
Minipílula
(progesterona)
|
3 - 7
|
0,5
|
ACOs
|
2 - 3
|
0,1
|
|
|
|
Pouco eficazes
|
|
|
Condons
|
14
|
3
|
Diafragma
|
20
|
6
|
Metodos
Comportamentais
|
20
|
1 - 9
|
Condon feminino
|
21
|
5
|
Espermicida
|
26
|
6
|
Nenhum Método
|
85
|
85
|
Classes de
Progestágenos
·
Derivados
de 17-Hidroxiprogesterona - antiandrogênicos
·
Derivados
de 19-Norprogesterona - androgênico.
Mecanismo de ação dos
anticoncepcionais hormonais
1.
Bloqueio
ovulatório a nível do ovário.
2.
Alteração
do espermo-migração e do muco-cervical.
3.
Inibição
do FSH e LH a nível hipofisário e hipotalâmico.
4.
Alteração
da mobilidade tubária - Epitélio endotubario perde o movimento ciliar de
transporte do óvulo até o útero.
5.
Hipotrofia
endometrial.
Combinações e dosagens
Estrogênios e progestogênio associados:
Ultra-baixa: 15 mcg de etinil-estradiol.
Baixa: 20 e 30 mcg de estinil-estradiol.
Alta: 50 mcg de etinil-estradiol.
Benefícios dos
contraceptivos hormonais
·
Evitar
uma gravidez
·
Regularização
do ciclo menstrual
·
Melhora
quadros de dismenorreia
·
Melhora
quadro de TPM
·
Redução
do risco gestação ectópica, DIP, afecções benignas da mama, neoplasias benignas
do útero, neoplasias malignas de ovário e endométrio.
·
Mulheres
com histórico de anemia e sangramento abundante.
·
Mulheres
com doença crônica que necessitam anticoncepção eficaz.
Contraindicações dos
contraceptivos orais combinados
Relativas
·
Risco
de tromboembolismo ou histórico de alteração de fatores do risco de
tromboembolismo
·
Risco
de doença hepática
·
Aleitamento
materno
·
Depressão
de longa data (combinação de antidepressivos com anticonceptivos)
·
Histórico
de cefaleia (enxaqueca com aura).
·
Epilepsia
·
DM
·
HAS
Absolutas
·
Tromboflebite,
obstrução coronariana
·
Doença
hepática grave
·
CA
de mama diagnosticado ou suspeito
·
Gestação
ou suspeita.
·
Fumantes
há mais de 35 anos (se necessário, usar menor dose possível).
Efeitos Adversos
·
Spotting
ou sangramento intermenstruais - Não significam falha no tratamento e sim um
efeito fisiológico porque o endométrio nao consegue a epitelização suficiente
ocorrendo uma pequena descamação.
·
Amenorreia
·
Aumento
de peso
·
Cefaleia
·
Irritabilidade
e nervosismo
·
Cloasma
·
Dor
e ingurgitamento mamário
·
Acne
·
Náuseas
e vômitos
Causas de Spotting - Extremidade de idade reprodutiva,
redução exagerada das concentrações de etinil-estradiol, tipo de progestageno.
Consequências - atrapalham o ritmo de vida da
mulher levando a uma baixa adesão ao tratamento.