28.6.13

Parada Cardiorespiratoria ACLS 2010

PCR - É a cessação súbita e inesperada da atividade mecânica ventricular útil e suficiente em indivíduos em moléstia incurável, debilitante, irreversível e crônica.

Objetivos - Preservar a circulacao do cerebro.

RCP -REANIMAÇÃO CARDIO-PULMONAR
RCPC -REANIMAÇÃO CARDIO-PULMONAR CEREBRAL.
As manobras de (RCP) tem como finalidade a substituição temporária (suportebásico) e a recuperação das funções cardiocirculatória e ventilatória espontâneas (suporteavançado) sendo o cérebro o órgão de máxima atenção na tentativa de evitar seqüelas devido a isquemia e hipóxia. 

O tempo é importante porque:


  • Na PCR, a cada 1 minuto, cai 10% a chance de sua reversão.
  • Após 10 minutos sem nenhuma manobra, o socorro é improvável.
  • Com manobras eficientes, prolonga-se este tempo.
  • Com a desfibrilação precoce, o sucesso ocorre entre 40 a 70%.
  • O sucesso da desfibrilação depende do tempo entre o início da arritmia e da administração do choque.
Condicoes que fazem suspeitar de PCR

  1. Inconsciência
  2. Apnéia ou esboço de respiração.
  3. Ausência de pulsos nas grandes artérias (carótidas ou femorais).
  4. Aparência moribunda.
Conduta de Emergencia
  • Reconhecer PCR e acionar o servico de emergencia.
  • RCP precoce com enfase nas compressoes toracicas.
  • Rapida desfibrilacao
  • Suporte de vida avancado eficaz
  • Cuidados pos-RCP integrados - Capnometria, EEG
Manobras de Suporte

Dez passos deverão ser seguidos (BCLS) - ABC passou para CAB.
  • Avaliar o nível de consciência (responsividade) - Avaliar Responsividade - Tocar e chamar a vitima.
  • Avaliar respiraçãoPresença de respiração do tipo “gasp agônico”.
  • Checar pulso carotídeo ou Femoral - É o que define a Parada Cardiorrespiratória.
  • Chamar por Ajuda - O desfibrilador é o que determina o melhor prognóstico nas PCR em FV e é responsável por índice de reversão de 47 a 72% dos casos.
  • Posicionar a vítima para o resgate adequado - Manter a coluna cervical sempre alinhada: sempre suspeitar de lesão até que se prove o contrário.
  • Posicionar-se em relação à vítima - Na linha dos ombros do paciente (não importando o lado). Permite acesso ao seguimento cefálico e ao tronco do paciente.
  • Iniciar RCP - A relação 30:2 mantém-se, desde que haja experiência dos socorristas (30 compressões torácicas para 2 ventilações assistidas).
  • Abrir as Vias AéreasJaw Trust – Anteriorização da mandíbula. Gin Lift –Hiperextensão da coluna cervical (Contra indicada na suspeita de lesão cervical).
  • Caso respiração ausente, ventilações de resgate - Realizar 2 ventilações de Resgate: Cada ventilação deve durar em torno de 1 segundo. Só é feita após as compressões torácicas.
  • Realizar Desfibrilação Elétricalogo após o início das compressões torácicas. O ritmo mais freqüente no meio extra hospitalar é a FV – se a desfibrilação for empregada nos 3-4 minutos do início da RCP, há índices de até 73% de reversão. 

Massagem Cardiaca
Para que a massagem seja efetiva :

  • procure o final do osso "esterno",
  • apóie uma mão sobre a outra neste ponto,
  • mantenha os braços esticados,
  • comprima e solte o tórax ritmicamente
Compressoes toracicas

  1. Apesar de pequenas, as pressões de perfusão cerebral e coronariana determinada pelas manobras de RCP determinam maior probabilidade de reversão da FV para ritmo organizado com pulso após choque, e retardam o tempo de instalação de lesão neurológica central hipóxica.
  2. Uma compressão torácica bem realizada, fornece em torno de 20% do débito cardíaco.
  3. O efeito da massagem cardíaca se deve ao aumento da pressão intra-torácica, associada a compressão mecânica do coração.
Assegurar compressoes toracicas eficazes
  • Compressão forte, rápida e sem parar, com frequência > 100 comp./min.
  • Permitir que o tórax recue totalmente após cada compressão (isto permite o reenchimento cardíaco).
  • Minimizar as interrupções das compressões torácicas.
  • Assim que uma via aérea artificial estiver em posição, não há necessidade de interromper as compressões para as ventilações (Assincronia).
  • O revezamento dos profissionais na aplicação das compressões torácicas deve ser feito a cada 2 minutos.
Indicacoes de Desfibrilacao
  • FA
  • TV
  • AESP - Atividade eletrica sem pulso.
  • Assistolia

Causas de ausencia de pulso
6Hs
Hipovolemia
Hipóxia
Hiper/hipocalemia
H+ (Acidose) 
Hipoglicemia
Hipotermia

6Ts
Tóxicos
Trombose (coronaria)
Trombose (pulmonar)
Tensão no tórax
Tamponamento

Trauma

Quando encerrar as manobras
Após 20 a 30 min de manobras sem recuperação da função cardíaca espontânea com o paciente em assistolia e sem sinais de viabilidade neurológica. A RCR tem demonstrado que a sobrevivência é a absoluta exceção e não a regra após este tempo.
Pode ser prolongada até 40 a 60 min, ou mais, desde que haja indícios de função cerebral ainda preservada (Fotorreação pupilar e presença de esforços respiratórios). A decisão de suspender a RCR é difícil e envolve aspectos emocionais, éticos e legais.








Bradiarritmias

Bradiarritmias - FC menor a 50 e um RR maior a 5 "Quadradoes" no eletro. PR - 120 a 200 ms

  • Disfuncao Sinusal - Ritmo sinusal, QRS estreito, intervalo PR normal, distancia alargada entre ondas Rs.
  • Pausa Sinusal - Ritmo sinusal normal. Pausa maior que 1 segundo eh patologico. Maior a 3s - Sincope, pode ser secundaria a uma doenca do no sinusal.
  • Ritmo Idio ou de Escape - Batimento que acontece depois do tempo com onda P ausente ou negativa. Impulso dado por outra fibra muscular ou da juncao AV. Ritmo Idioatrial (com onda P), Idiojuncional (sem onda P), Idioventricular (QRS alargado, FC 8 a 40, 60 a 100 - acelerado - RIVA).
  • Bloqueios - Supra ou Infra-Hissiano. AV, de ramo e fasciculares (ramo esquerdo)

Bloqueios AV 
Benignos - Supra-Hissiano
Malignos - Infra-Hissiano

  • Bloqueo AV de Primeio Grau - Nao ha bloqueio na conducao e sim uma lentificacao entre o atrio e o ventriculo, aumentando o intervalo PR.
  • Bloqueio AV de Segundo Grau - Ondas P bloqueadas eventualmente. PR vai alargando a cada intervalo QRS ate que bloqueia - MOBITZ 1 - Fenomeno de Wenckebach. MOBITZ 2 bloqueio eventual brusco, sem alargamento no intervalo PR previo (QRS ligeiramente alargado). BAV 2:1 - 1 bloqueio para cada QRS, que esta estreito.
  • Bloqueio AV avancado - P bloqueadas seguidas.
  • Bloqueio AV de Terceiro Grau - Ondas P que nao estao em sincronia com o QRS, ou seja, batimento do atrio e do ventriculo ocorrem de maneira desordenadas e sem sincronia entre ambas.
Bloqueio de Ramo
  • BRD - Ritmo sinusal em D2 + QRS alargado + QRS positivo em V1 com morfologia de RSr'.

  • BRE - Ritmo sinusal em D2 + QRS alargado + QRS negativo em V1 com morfologia de RS profunda.

  • Bloqueio Bifascicular - BRD + Hemibloqueio anterior esquerdo - Ritmo sinusal + QRS alargado e negativo em D2 e AVF (padrao RS profundo) e positivo em V1.
  • Bloqueio Trifascicular - BRD + BRE alternantes.
Conduta nas Bradiarritmias
Benigno - Bradi sinusal, BAV de primeiro e segundo MOBITZ 1. Vagotonia, drogas crono/dromotroficas negativas, IAM inferior. Assintomatico nao se toma conduta e em pacientes sintomaticos se da atropina.
Maligno - Pausa Sinusal, BAV de Segundo MOBITZ 2, BAVT, bloqueio bi ou trifascicular. Doenca sinusal, Lev lenegre (degeneracao, calcificacao do nó AV), IAM anterior, cardiopatia. Conduta eh Marca-passo temporario inicialmente e definitivo posteriormente dependendo da condicao do paciente.









27.6.13

Arritmias Cardiacas

ARRITMIA CARDIACA
Qualquer Alteracao no ritmo, frequencia, origem do estimulo e conducao cardiaca.
Frequencia normal - 50 a 100 bpm.
Origem do estimulo - impulso cardiaco normal nasce no nó sinusal (sao as celulas mais rapidas), arritmia quando o estimulo nasce em outros locais, normalmente na juncao AV.
Conducao cardiaca - bloqueios AV.

Causas de Arritmia Cardiaca
H - hipoxia.
I - isquemia.
S - estimulo simpatico.
D - drogas (digital).
E - eletrolitos.
B - bradicardia.
S - estiramento das camaras cardiacas.

Supraventricular - Acima do no AV. Surgem em qualquer lugar do atrio e desce pelo sistema normal de conducao direito e esquerdo.
Ventricular - Abaixo do no AV. Nao utilizam sistema de conducao, normalmente conduz estimulo por miocitos. Normalmente alargam o QRS.

Potencial de acao
No sinusal gera impulso cardiaco e é capaz de potencializar a membrana.

Mecanismos eletrofisiologicos
Automatismo - qualquer outra celula em estado latente que determina o ritmo por si propria.
fenomeno de reentrada - em casos de bloqueio existe uma reentrada por miocitos que pode ser revertida com choque.
atividade deflagrada - alteracoes do potencial de acao na fase do pos potencial, alterando membrana que gera um novo potencial de acao.

Arritmias Supraventriculares
  • QRS estreito
  • RR regular
  • Ondas P presentes (podem estar muito proximas as onda T).
Taquicardia Sinusal - TEP, Hipertiroidismo, Sepse.

Bradicardia Sinusal - Hipotiroidismo e doencas de no sinusal.
Escape supraventricular - periodos de pausa no batimento sinusal, gerando escapes atriais. Pausa maior a 2 segundos e tiver sintomas, pode ser necessario marcapasso.
Ritmo Juncional - ritmo que nasce na juncao AV. Onda P negativa.
Extrassistole Atrial - onda P precedente, V1 com aspecto de BRD, tendencia a variar sua morfologia, com aberrancia de conducao.
Ritmo Atrial ectopico - todo ritmo atrial que nao seja sinusal. Onda P negativa seguida de QRS.
Taquicardia Supraventricular Paroxistica - TRN, TAV (Wolf-Parkinson-White). 
         TRN - em 20% das pessoas, o nó AV possui duas vias nodais (alfa e beta). A via alfa passa com mais dificuldade e a beta mais rapida. Após uma extra-sístole atrial que é bloqueada na via beta e conduzida lentamente pela via alfa. Quando passa pela região mais distal do nódulo, pode retornar em direção aos átrios, através da via beta. Se na região proximal da junção átrio-nodal a via alfa estiver apta a conduzir novamente no sentido anterógrado, o circuito para a taquicardia se completa (movimento circular intranodal). Possui onda P retrograda (P'), ausente no eletro, pelo circuito de reentrada que gera uma onda P retrograda ao final do QRS.
         TAV - presenca de uma via anomala entre atrio e ventriculo. O impulso passa pela via acessoria e pelo nó AV, formando onda delta pelo circuito de reentrada na via anomala. no eletro QRS estreiro, RR regular e infra de ST. Pode gerar morte subita porque pode levar a uma fibrilacao atrial porque a via anomala nao diminui os impulsos estremamente rapidos. Conduta - manobra vagal, massagem de seio carotideo. Adenosina bloqueia temporariamente acao do nó AV.
Flutter Atrial - macro reentrada dentro do atrio, que determina qeu o atrio bata a 300x' e o no AV bloqueia a velocidade passando 1 batimento a cada 2 batimentos dos atrios (150x'). Onda serrilhada em D2, D3 e AVF. QRS estreiro, RR varia, Onda Flutter.
Fibrilacao Atrial - existem inumeros cirucuitos de reentrada, determinando frequencias de ate 400x' com uma frequencia bastante irregular. Cronica nao se reverte pelo risco de gerar trombos.
Classificacao da FA - *Recem-diagnosticada, *Recorrente (mais de 2 episodios), *Paroxistica (intermitente), *Persistente (mais de 1 semana), *Permanente (falha na reversao).
Conduta em FA - 
Classe I - Controle da FC (BB, BCC, digoxina)
Classe IIa - BB, Bca, digoxina, ablacao do nó AV, marcapasso. Na emergencia, amiodarona se nao reverte com BB ou BCC.
Conduta em tromboembolismo
Flutter e fibrilacao possuem um grande risco de fenomeno tromboembolico. Prevencao de tromboembolismo em alto risco (fenomeno tromboembolico previo e estenose mitral), risco moderado (HAS, DM, ICC, idoso), Fibrilacao ou flutter isolada. AAS contraindicado em FA isolada. 
Reversao Quimica - Classe I (propafenona), Classe IIa (amiodarona).
Reversao Eletrica - usado quando nao ha sucesso na reversao quimica. 
Manutencao - Propafenona.