15.6.09
Técnicas mnemônicas
Não é errado afirmar-se que memória e inteligência são essencialmente a mesma coisa. Eis aqui o por quê: a função intelectual só é possível a partir das informações que temos registradas na memória. Ninguém consegue pensar sobre o que não sabe, no entanto, consegue pensar muito bem se tiver "armazenadas" boas informações a respeito do assunto. Deu pra entender?
Importante: raciocinar nada mais é do que "comparar informações que temos na memória". Assim sendo, pode-se afirmar com segurança que todo raciocínio é uma comparação, seja ela entre dados isolados, conceitos, procedimentos etc. Todos nós sabemos, entretanto, que é tão fundamental "aprender" quanto "lembrar" daquilo que se aprendeu, não é mesmo? Sem "lembrar" das coisas que estudamos, toda esta aprendizagem perde o seu valor prático e não nos serve para nada. Para facilitar essa "lembrança", todavia, existem diversas técnicas agrupadas numa ciência bastante interessante chamada Mnemotécnica (ou Menmônica) que já era praticada pelos antigos gregos, pelos fenícios, árabes etc. O que a ciência moderna fez foi, simplesmente, recuperar e adaptar tais técnicas para a nossa realidade cultural. O princípio das técnicas mnemônicas consiste basicamente em estabelecer associações criativas entre as informações a serem memorizadas.
Assim, quanto mais associações são criadas, mais fácil será a lembrança da informação aprendida. Veja: quando aprendemos o que é uma laranja, registramos na memória diversos outros detalhes como: que a laranja tem formato arredondado, que é rica em vitamina C, que serve para fazer sucos etc. Assim, quando queremos lembrar de frutas que servem para fazer suco, lembramos também da laranja. Quando queremos lembrar de frutas que tenham formato arredondado, outra vez lembramos da laranja. Deu para entender? Quanto mais associações, melhor! A nossa memória tem uma dificuldade muito grande para registrar dados isolados, que não estejam associados a outras informações. Ocorre, entretanto, que você pode associar as informações a serem memorizadas de diversas formas, como por exemplo, pelas cores, pelas emoções e até pela música.
A música, a rima e o ritmo permitem associações fantásticas. Repare como as pessoas têm sérias dificuldades para decorar um texto de apenas três linhas e, no entanto, conseguem memorizar dezenas de músicas e conseguem se lembrar delas, muitas vezes, a partir de apenas uma nota. Você já percebeu isso? E você sabe por que as pessoas conseguem memorizar mais facilmente uma música do que uma poesia? É simples: é porque a música não faz "cobranças intelectuais"; ela penetra diretamente no subconsciente, exatamente porque a pessoa está "descompromissada" com a razão enquanto ouve. Além do mais, as músicas têm ritmo e muitas delas são rimadas. Isso estabelece uma associação bastante fácil de ser recuperada na memória.
Outro detalhe importante é a relação que há entre a memória e o sistema límbico (ou nosso segundo cérebro). Esse sistema límbico é que controla nossa sexualidade e grande parte das nossas emoções. Você já reparou que nos lembramos com muita facilidade daqueles fatos que tiveram grande representação emocional na nossa vida e esquecemos também com facilidade daqueles que nada representaram para a gente? Portanto, ponha sempre emoção em tudo aquilo que você quiser lembrar. É uma dica. E que realmente funciona.
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