20.11.13

Conceitos básicos em Ortopedia

Osso longo
Epífise - Segmento articular do osso. Parte do osso que encaixa na articulação.
Metáfise - segmento ósseo que une a epífise e diáfise. Segmento mais vascularizado. Fraturas nesse segmento consolidam mais facilmente.
Diáfise - Segmento tubular que une as extremidades do osso. No seu interior existe o canal tubular.

Fratura - Perda de continuidade do osso.
Classificação

Traço
                - Simples: Traço único, 2 fragmentos.
                - Em cunha: Pelo menos um terceiro fragmento ósseo, existe contato entre os dois fragmentos principais
                - Complexa: Múltiplos fragmentos, não existe contato entre contato entre os dois principais.
                   *Cominutiva - fraturas multifragmentada. Pode ou não haver contato entre os dois fragmentos principais.

Acometimento articular
                - Extra-articular: Traço não se estende até a articulação.
                - Intra-articular parcial: Traço se estende até a articulação, com um segmento da articulação que mantém o contato com a diáfise.
                - Intra-articular total: Traço da fratura se estende até a articulação, existindo uma separação total da diáfise.

Lesão de partes moles associadas
                - Fratura exposta: Lesão de pele e partes moles associada a fratura. Segunda grande urgencia em ortopedia.
                - Fratura fechada: Sem lesão de pele associada a fratura.

*Fratura em galho verde: fratura incompleta que acomete o esqueleto infantil. Porque o periostio da criança é mais espesso que no adulto.
*Fratura de Coules: Fratura do radio distal com desvio dorsal.
 
Tratamento das fraturas
Primeiro passo - Redução
                Fechada/incruenta/por manipulação
                Aberta/cruenta/cirúrgica
                A redução em fraturas intra-arituculares tem que ser anatômica (método cirúrgico).
                A redução em fraturas em galho verde é necessário completar a fratura do osso para posterior redução.
Segundo passo - Estabilização
                Aparelho gessado
                Método de estabilização cirúrgica (fios, placas e parafusos, fixadoras externos, hastes intra-medulares).

Luxação - Perda da congruência articular. Urgência ortopédica. Perda total do contato entre as superfícies articulares.
Subluxação - Quando existe um contato parcial entre as superfícies articulares.
Entorse: Perda momentânea da congruência articular, com certo grau de lesão ligamentar.

Processos de consolidação Óssea
São necessários dois fatores fundamentais: estabilidade (ausência de movimento no foco da fratura) e vascularização.
Direta - Diretamente pela formação de tecido ósseo. Não apresenta calo ósseo.
Indireta - Antes de formar osso, existe a formação de um tecido fibrocartilaginoso intermediário. É a consolidação mais comum porque a maioria dos métodos de tratamento fornecem estabilidade relativa. Presença do calo ósseo na radiografia.
O fator determinante para ser direta ou indireta é o tipo de estabilidade fornecida pelo tratamento. Se a estabilidade é relativa existe a consolidação indireta e se a estabilidade é absoluta (sem micro movimentos), consolidação direta.

Complicações - Consolidação viciosa: Quando ocorre em uma posição de desvio, deformidade.
- Pseudoartrose: Ausência de consolidação da fratura 9 meses após a fratura (OMS).
Hipertróficas ou bem vascularizadas: Falta de estabilidade (existe micro-movimentos no foco da fratura). Existe a formação de calo ósseo mas não consegue unir os fragmentos da fratura.
Atrofica ou avascular: Falta de vascularização ainda que estável. Existe um distúrbio biológico sem formação de calo ósseo.

Fraturas expostas
Fratura associada a lesão de pele e partes moles (invólucro), permitindo contato do osso ou do hematoma fraturario com o meio externo. Existe contaminação do osso que gera um risco de contaminação óssea, sendo o objetivo fundamental no tratamento, a prevenção da infecção óssea.
Situações classificadas diretamentes como Tipo IIIC - PAF (fusil) alta energia, ambiente rural, fraturas segmentares (complexa mas não cominutiva).
Atendimento Inicial
- Atendimento ao politraumatizado.
- Avaliação da ferida e curativo estéril e imobilização provisória.
- Estudo radiográfico.
- ATB e profilaxia antitetânica.
Profilaxia antibiotica (SBO)
- Tipos 1 e 2: Cefalosporinas de primeira geração (cefalotina, cefazolina).
- Tipo 3: Cefalosporinas de primeira geração mais aminoglicosideos.
- Ambiente rural: associar penicilina cristalina.
Tratamento Cirurgico - Urgência ortopédica (6h) - Após isso é considerada como infectada.
- LMC e desbridamento.
- Estabilização da fratura: fixador externo por estabilização definitiva.

13.11.13

Olho Vermelho - Diagnósticos diferenciais

Olho Vermelho
Diagnostico Diferencial - Conuntivite - Doença benigna sempre tratada com cloranfenicol
Padrão de hiperemia - Difuso, injeção ciliar.

Conjuntivite viral - Historia de contato positivo caracterizado pela ausência de dor, sensação de corpo estranho e quase sempre bilateral, visão normal ou discretamente diminuída. Possui uma hiperemia difusa e secreção aquosa com linfadenopatia retro-auricular.
Tratamento - compressa de agua gelada, lagrimas artificiais 4x ao dia. Corticoide em presença de complicações como formação de pseudo-membranas por infiltrados sub-epiteliais no eixo.

Conjuntivite bacteriana - não existe historia de contagio e não existe dor, mas quase sempre eh unilateral, sem alteração na visão. Ocorre uma hiperemia difusa com secreção purulenta, sem linfadenopatia retro-auricular.
Tratamento - compressa com água gelada, lagrimas artificiais e antibioticoterapia.

Conjuntivite alérgica -  não existe historia de contagio, nao ha dor mas uma sensaçao de corpo estranho, sendo na maioria das vezes bilateral sem alteraçao da visao mas com uma secreçao aquosa mucoide.
Tratamento - compressas com água gelada, antihistamínicos com estabilizadores de membrana. Colírios multi-ação - Patanol + Zaditen.

Uveite - Quadro de dor, sendo normalmente bilateral com diminuição da visão e anisocoria (sinequia anterior). Caracteriza-se por injeção ciliar sem nenhum tipo de secreção nem linfadenopatia retro-ocular.

Ceratites - Não ha historia de contagio mas eh caracterizado por dor e diminuição da visão. Pode haver anisocoria, injeção ciliar sem secreção nem linfadenopatia retro-auricular.
Herpetica - caracterizado por apresentar ulceras que podem perforar e levar a uma corectopia (assimetria da pupila)
Conduta - curativo oclusivo nao compressivo e encaminhamento pro aftalmo.

Glaucoma -  neuropatia progressiva caracterizada por aumento da pressão intraocular.

Não possui historia de contato, mas é caracterizado por dor intensa, náuseas e vômitos. sendo bilateral com uma diminuição intensa da visão. Pupila com midriase paralitica. Existe um bloqueio intraocular em secreção e sem linfadenopatia.`

11.11.13

Disfunçoes tireoidianas

Hipotiroidismo - sindrome que decorre da falta de acao de hormonios tireoidianos
Etiologia - Causas Primarias: Doenças da glandula tireoide - Tiroidite de Hashimoto, Deficiencia de Iodo, radiaçoes externas, Subadguda, pos parto, ectopia da tireoide, drogas como litio e amiodarona.
Causas Secundarias: Doenças da hipofise (TSH)
Causas Terciarias: Doenças do hipotalamo (TRH)

Manifestacoes clinicas: Reduçao do metabolismo basal que leva a lentificaçao de todos os processos metabolicos, mixedema, parada do crescimento em crianças, sonolencia, aumento do diferencial pressorico.
Diagnostico - Valores T4 maior a 4,0. em idosos 7,0 a 8,0.
Auto anticorpos anti TO (mais especifico).
Ultrassom em duvida diagnostico.
Teste do "Pesinho" - Hipotiroidismo congenito.

Tratamento
Levotiroxina Sodica diariamente em jejum - 1,4 a 1,8 mcg/Kg/dia (crianças, adolescentes e gravidas dose maior).
Em cardioparas e idosos começar com doses mais baixas (12,5 a 25 mcg/dia)
Reavaliar TSH em 4 a 8 semanas
Ajustar a dose até normalizar TSH

Hipotiroidismo Subclinico
Diagnostico laboratorial com sintomas leves e progressao para hipotiroidismo clinico.
Autmento do TSH (4 a 10) com T4 livre normal.
Tratar quando apresenta bocio, TSH maior a 10, mulheres maior a 60 anos, sintomas sugestivos, depressao, hipercolesterolemia, infertilidade feminina, anovulaçao, gravidez.

Hipertiroidismo
Tireotoxicose com tiroide hiperfuncionante.

Etiologia
Doença de Graves, bocio multinodular, Plummer, Jodes Basedow, tumores trofoblasticos, familiar, central, neonatal
Tireotoxicose sem Hipertiroidismo - Facticia, tireoidites.

Quadro Clinico - aumento do apetite e termogenese com diminuiçao de peso, hiperatividade adrenergica. Em idosos quadros atipicos (depressao, anorexia, perda de peso), com maior suscptibilidade a arritmias supraventriculares e osteoporose.

Definiçao da Etiologia
Achados clinicos podem ser uteis, nodulo unico com tiroide de aspecto normal considerar doença de Plummer, dor a palpaçao da tiroide, febre, aumento das provas inflamatorias considerar tireoidite subaguda de Quervain, ausencia de bocio considerar tireotoxicose facticia ou  fonte ectopica (struma ovarii).
Na duvida diagnostica podem-se usar exames adicionais: Anti-TRAb - Graves positivo em 90% dos casos. Anti-TPO - positivo em até 80%., ultrassonografia, cintilografia (captaçao de I-131 (RAIU) - capataçao alta em hipertiroidismo.

Oftalmopatia de Graves
Clinicamente detectavel em 50% dos pacientes com doença de Graves - Proptose, sinais inflamatorios (edema, hiperemia), alteraçoes motoras, cegueira (neurite optica, ulceras corneanas).

Tratamento tireotoxicose
Medicamentos antitiroidianos - Metimazol, propiltiouracil.
Doença de Graves - Curso prolongado do medicamento (12 a 24 m) pode levar a remisao em 50 a 50% dos casos.
Outras Etiologias - BMN, Plummer - nao há remissao, tratamento definitivo.
I-131 - em casos de Graves refratario ou recurrente, BMN em idosos - alto risco cirurgico.
Cirurgia - Tireoidectomia - bocio volumoso, suspeita de CA, gestaçao.

Tireoidites
Infecciosas: Aguda (supurativa) - bacteriana. Subaguda - Quervain (viral?)
Auto-imunes
Etiologias especificas - irradiaçao, medicamentos
Doenças sistemicas - amiloidose, sarcoidose
Etiologia desconhecida - tireoidite de Riedel (lenhosa)

Tireoidite Subaguda
Inflamacao da glandula provavelmente de um processo viral caracterizado por dor severa na tireoide (febre, mialigia) sendo de auto-limitada (2 a 6 semanas) com provas de atividade bastante elevadas.
Disfunçao tireoidiana - nas primeiras semanas da inflamacao, os foliculos sem rompem, liberando hormonios tireoidianos em grande quantidade na circulaçao levando a uma tireotoxicose. Em algumas semanas vem uma fase de hipotiroidismo enquanto a tireoide se recupera, voltando a se tornar eutiroideo em alguns meses.
Diagnostico - Cintilografia - Nao há captaçao de I-131.
Tratamento - sintomatico - analgesicos, antiinflamatorios nao hormonais, corticoides, betabloqueadores. Nao usar antirieoidiano. Na fase do hipo usar levotiroxina.

Nodulos Tiroidianos
Suspeita de malignidade
Historia clinica - historia familia; extremos de idade; sexo masculino; irradiaçao previa de cabeça e pescoço; crescimento rapido.
Exame físico - nódulo maior a 4 cm; endurecido; fixo; linfadenopatia cervical; paralisisa de cordas vocais
Cintilografia - nodulo frio
USG - nódulo solido; hipoecoico; mal delimitado; microcalcificaçoes; fluxo central de doppler; invasao.
PATAF - principal exame para diferenciar nódulos benignos de malignos. Boa acuracia - carcinoma papilifero, medular e anaplasico. O tumor folicular nao se diferencia, a malignidade se confirma atraves da cirurgia. Resultados da PATAF:
*Benigno - seguimento
*Maligno - cirurgia
*Indeterminado (foliculares) - cirurgia. 20% sao malignos.
*Insuficiente - repetir punçao guiada por USG.

CA de tireoide
Neoplasia endocrina mais comum - 0,5% dos Ca em homens, 1,5% dos Ca em mulheres. Incidencia Crescente.
Mais comum - Diferenciados: papilifero - Folicular - Medular. Indiferenciado: Anaplasico

Papilifero - 20 a 40 anos, Mtt linfatica, multicentrico.
Folicular - Maior a 40 anos, Mtt hematogenica, comum em areas deficiente de iodo.
Tratamento Ca diferenciado - Tireidectomia total/quase-total. Microcarcinomas - lobectomia
Repor levotiroxina pos cirurgico com ablação dos restos tireoidianos com I-131.
Manter TSH baixo (dose mais alta de T4).
Cintilografia pos terapeutica
6 meses apos cirurgia - Tireoglobulina (principal marcador), anti-Tg, USG cervical.
12 meses - repetir USG cervical, tireoglobulina com TSH elevado. Em tumores de alto risco, cintilografia de corpo inteiro.
Prognostico - 80% cura no tratamento inicial.

Carcinoma medular - Origem na células C parafoliculares, células neuroendocrinas que secretam calcitonina. Não secretam tireoglobulina nem captam iodo. 20% - Formas familiares - NEM2. Avaliar outras neoplasias endócrinas

*2A - Hiperparatiroidismo, carcinoma medular, feocromocitoma
*2B - Carcinoma medular, feocromocitoma, habito marfanoide.
Pesquisa de familiares de primeiro grau - dosagem de calcitonina, mutação do proto-oncogene RET.


Tumor de Hurthle - Celula oxifilica rica em mitocondrias, considerado variante do carcinoma folicular da tireoide.