12.10.12

Insuficiencia Cardiaca

Insuficiência cardíaca
Síndrome clínica provocada por uma desordem estrutural e funcional, prejudicando a função ventricular onde o ventrículo eh incapaz de encher ou ejetar o sangue.

Etiologia
IC diastólica ou  sistólica.
Diastólica - HAS, doença coronariana.
Sistólica - doença coronariana, HAS, valvulopatia, Chagas.
*Nem toda IC é ICC - em ICC obrigatoriamente se utiliza diurético para redução de volume e nem sempre se usa em IC.

Semelhanças e diferencas entre Sistolica e Diastolica
Clinica igual mas, na sistólica  o coração esta dilatado e não contrai de forma adequada (lei de frank- Starling), tendo um volume residual aumentado, o que aumenta a pressão de enchimento ventricular, levando a uma fracão de ejeção menor a 45% pela dilatação, formando uma bulha acessória (B3).
Na diastólica o coração esta hipertrofiado, com fibras musculares dilatadas, a pressão aumenta pelo aumento muscular, com uma  fracão de ejeção normal (maior a 45%) e aumento da forca de contração do átrio levando a um ruido (B4).

Fracão de ejeção normal - 50% do volume eh ejetado. Na IC sistólica a FE esta diminuída. Na IC diastólica o ventrículo não consegue receber 100% do volume, mas a FE normal.
Debito cardíaco - quantidade de sangue não ejetada do ventrículo.
Na IC a FE eh insuficiente pela falta de relaxamento.

IC  diastólica - hipertrofia ventricular esquerda.
Anti-hipertensivo antianginoso que controle FC - verapamil, diltiazen.
Controla HAS, FC, Isquemia e se associar diuréticos.

IC de alto debito
Apesar do bom funcionamento cardíaco, existe uma doença de base que aumenta a demanda do coração (sepse, tireotoxicose, anemia, beribéri, paget, cirrose hepática, fistula AV sistêmica). Tratar doença de base.

Fisiopatologia
A lesão cardíaca eh caracterizada pelo baixo debito e ativa SRAA e catecolaminas pelo rim levando a uma  redução da perfusão sistêmica para reter liquido e edema, provocando isquemia e necrose pelo remodelamento cardíaco e apoptose das células cardíacas (gen modificado).

Diagnostico
Criterios clínicos de Framingham - 2 maiores ou 1 maior e 2 menores.
Maiores
Ortopneia ou DPN, turgência jugular, refluxo hepatojugular, crepitações bilaterais, cardiomegalia, EAP, galope ventricular, PVC maior 16 cmH2O, tempo circulatório maior a 25s.
Menores
Edema maleolar, tosse noturna, dispneia aos exercícios, hepatomegalia, derrame pleural, taquicardia maior a 120 bpm, perde de peso maior a 4,5kg apos 5 dias de tto.

Abordagem laboratorial
Rotina de sangue (hemograma, glicose, ureia, creatinina, Na, K, hormônio tiroidiano).
Rx de tórax (área cardíaca), Eletrocardiograma,
ECO (tipo de deficit de contratibilidade - Global-HAS, segmentar-Isquemia).
Peptídeo natriurético - BNP - diferenciar dispneia de origem cardiogênica ou pulmonar.

Tratamento
De acordo ao estágio clínico:
A - assintomático, sem lesão cardíaca mas com fator de risco - tratar fatores de risco, individualizar.
B - Disfunção VE mas assintomática - IECA, bbloqueador.
C - Disfunção VE (IC) sintomática - IECA, bbloqueador, NYHA
D - IC refrataria.

NYHA - em congestão se acrescenta diuréticos.
I. Atividades usuais não causam dispneia. IECA, bbloqueador, diurético.
II. Atividades usuais causam dispneia. IECA, bbloqueador, diurético.
III. Qualquer atividade causa dispneia - IECA, bbloqueador, espironolactona, digital (Digoxina).
IV. Dispneia em repouso - IECA, bbloqueador, espironolactona, digital.

Drogas que aliviam sintomas - diuréticos, digitálicos.
Diuréticos - utilizar em retenção de líquidos pra vida toda, ajustando dose de acordo com a pesagem diária (tiazídicos, amilorida).
Digoxina - acrescentar quando outros medicamentos em doses otimizadas, não estão fazendo esfeito. Retirar somente em casos de intoxicação.
Intoxicação digitálica - limite muito próximo entre intoxicação e impregnação. Se observa no eletrocardiograma, lesão em colher, desnível de ST. Paciente apresenta náusea, vômitos e extra-sistole.
Se deve retirar a droga, reavaliar K, Mg, hipotiroidismo, amiodarona e administrar anti-digital (Digibind) e fenitoína (antiarrítmico).

Drogas que alteram a sobrevida (inibem hormônios) - IECA, BB, antagonistas da aldosterona, nitrato + hidralazina se recebendo medicamentos anteriores (pacientes negros). Se intolerante a IECA, usar bloqueadores da AT II.

IECA - usar em todos os pacientes. Nao administrar quando P sistólica <80 creatinina="">3 mg/dl, estenose bilateral das artérias renais, K >5,5.
BB - carvedilol, metoprolol (liberacao prolongada), bisoprolol. Em pacientes estáveis com pouca ou nenhuma congestão (B3, refluxo hepatojugular).
Doses - as maiores que o paciente tolerar.

Espironolactona (antagoniza aldosterona) - utilizar quando pode dosar rapidamente creatinina e K, analisar risco, beneficio em doses de 12,5 a 50 mg/dia. Nao usar se K maior a 5, creatinina maior a 2 a 2,5, Ccreat menor a 30.

Nitrato + Hidralazina (vasodilatadores)
Como substituto do IECA ou em associação em pacientes negros.

Inibidores da angiotensina - como substituto do IECA (antes ajustar dose dos bbloqueadores), se o paciente não o tolera.

Quando anticoagular com warfarin - Nao é obrigatório mas importante usar se: êmbolos prévios ou familiar de primeiro grau com historia previa, IC por amiloidose, Fibrilação atrial.

Terapia elétrica (desfibriladores e ressincronizadores)
Desfibrilador quando a FE menor a 35, MYHA 2 ou 3, mais de 1 ano de boa sobrevida estimada, prevenção secundaria - IC com PCR, FV ou TV grave.
Ressincronizadores - marcapaso biventricular, MYHS III ou IV, em terapia otimizada.

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